Umas dezenas de carenciados manifestaram o seu desagrado através de um abaixo-assinado junto de várias entidades com responsabilidades na distribuição de ajuda alimentar pela forma como esta decorre em Olhão.
A SIC fez uma reportagem sobre o assunto que só dá uma imagem parcial da grandeza do problema.
Numa altura que cada dia que passa aumentam os desempregados, aumentam e surgem novos impostos, é reduzida a paga do trabalho surgem inevitavelmente mais e mais pobres e muitos abaixo do limiar da pobreza, simplesmente não tem qualquer meio de sobrevivência.
A solidariedade, institucional internacional e a particular com os Planos de Ajuda Alimentar aos mais Carenciados, Bancos Alimentares e outros similares tem vindo com a sua actividade, em certa medida, aligeirar as necessidades de alimentação de largos milhares de pessoas, mas porque acabam por estar valores materiais consideráveis em causa logo aparecem uns, quais abutres, que aproveitam a sua parte, em bens, dinheiro ou troca de favores.
O controlo da distribuição dos bens alimentares, da origem na aquisição até á entrega ao destinatário final é condição para que sejam os carenciados os beneficiados e não outros do circuito.
A ajuda da Comunidade Europeia tem as regras definidas, a do Banco Alimentar também as deve ter, a da Câmara Municipal de Olhão duvido que as tenha suficientemente claras para que não hajam desvios da sua finalidade, porque logo na aquisição não há transparência e já está a ser averiguada pelo Ministério Público, no Processo-crime nº 446/11.9TAOLH.
Em Olhão são já conhecidas as reclamações da discriminação a favor dos conhecidos e da cor partidária da irmandade alcandorada na Direcção da ACASO e dos bebedores de água benta servida pelo padre de Quelfes que já pôs um acólito de serviço a ameaçar telefonicamente algumas das desagradadas que subscreveram o abaixo assinado
É indecente. O pobre já não tem direito de ir beber um café. É criticado por ter uma má gestão financeira ficando exposto às críticas do pároco e da Acaso para com base nesse argumento perder o direito à ajuda da Acaso. Já pedi ajuda à Acaso. Pediram-me mensalidades altissimas. Sempre tive dúvidas sobre os "critérios técnicos" de ajuda desta instituição. As mensalidades que paguei a esta instituição foram superiores às que posteriormente encontrei, noutra instituição que atendendo à minha situação deu resposta ao meu problema e com serviço de muito melhor qualidade. Os "critérios técnicos" afinal são baseados em que critérios? Esta é a minha grande dúvida. Ser filho da terra e ter relações de proximidade com "as pessoas certas" parece-me ser um critério que não deve estar excluído dos "critérios técnicos"
ResponderEliminarAcho muito bem! Nos tempos que correm há que separar o trigo do joio...e muitas dessas senhoras que aparecem na reportagem têm ou já tiveram outras fontes de rendimentos muito pouco lícitas...concordo que a ajuda não chegue para todos, por isso é preciso realmente avaliar quem precisa de ajuda para comer e quem pode com as esmolas dos outros que andam a trabalhar tomar um galão e uma torrada todos os dias no café. O padre faz muito bem em verificar e denunciar essas situações. Andamos todos a trabalhar para sustentar os rendimentos mínimos e os subsídios de quem não quer trabalhar ou viveu uma vida de rendimentos ilegais e agora quer ter direitos sem nunca ter tido na vida deveres!
ResponderEliminarInfelizmente nos dias que correm e com as dificuldades económicas é frequente o recurso a ajudas externas quer por desemprego ou incapacidade. O Estado no que nesse ponto obriga ajuda de forma bastante desigual, pois sou de Olhão, filho e criado, e conheço a vida de algumas das pessoas aqui expostas e os seus casos de "tenham pena de mim que não tenho o que comer ou tenho uma carrada de filhos e netos pa dar de comer... mas no entanto saio todos os dias as 8 e 30 para trabalhar e custa-me como a merda... e senão quando as senhoras andam de café a manhã toda a tomar altos pequenos almoços parecendo princesas.. pois é.. é injusto não é, infelizmente nunca quiseram fazer nada da vida, a não ser boa vida. É de louvar atitude deste padre, que eu apesar de não ser católico, em tudo tenho a agradecer pela grande humildade e sensatez. Olhem para as coisas com frontalidade e honestidade, beneficiem sim quem necessita através de uma observação cuidada e rigorosa e não através de favores ou enriquecimento ilícito através destas associações , não é Drº António Pina?, que nada faz pelo bem da nossa cidade e apenas tenta arranjar poiso para o seu filho..
ResponderEliminarInfelizmente o povo Português têm parca memória, pois este senhor foi o mesmo que disse que as casas das ilhas podiam ir abaixo... pudera ele iria beneficiar com essa situação toda.. enfim desabafos. Ah e vergonhosamente estas associações ou lá o que queiram chamar, apenas servem para "chular" quem trabalha e desconta e quando necessita realmente, têm de pagar balúrdios de dinheiro para poder sequer ter um cuidado condigno, enquanto os tão afamados Gestores fazem o que querem das mesmas..
Não tenha dúvidas que custa mesmo como a merda ver alguém a tomar altos pequenos-almoços e passados momentos andar a clamar por tenham pena de mim que não tenho que dar de comer à carrada de filhos e netos que tenho lá em casa.
ResponderEliminarIsto existe de facto, mas, há sempre um mas, é uma infinita parte do que acontece com as pessoas necessitadas de ajuda alimentar, a grande maioria anda a oferecer a sua força de trabalho em troca de alguma paga cada vez mais baixa e rara são pessoas que quando chegam a esta situação de pedir alimentos é porque tem mesmo fome e fazem-no discretamente.
As primeiras são as mais visíveis e fazem culto da exposição pública da sua situação, geralmente associada aos infortúnios e azares da sua vida porque até são muito competentes e com vontade de trabalhar só que o destino não quis que até agora fosse diferente.
E enquanto não forem os que por agora clamam em surdina por pão a terem o protagonismo nas reclamações e revolta as manifestações de descontentamento não ganham credibilidade.
As pessoas que aparecem no vídeo foram as que a SIC quis encontrar.
Mas a nossa solidariedade para com os necessitados não se deve com a presença dos oportunistas que aparecem nestas situações.
O padre de Quelfes no meio deste post
ResponderEliminarVamos lá ver o que é que o padre andava a fazer na altura em que publiquei este artigo.
Falo no passado porque entretanto ouvi dizer que o padre já está mais moderado no seu fundamentalismo.
Os bens alimentares que a Igreja da Siroco recebia para distribuir pelos necessitados tinha como origem a Câmara, portanto pagos com o dinheiro de todos - os contribuintes, em particular munícipes.
Os critérios decisórios para dar/não dar aos que declaravam necessitar ajuda e a pediam, era: ir à missa e não andar a beber bicas.
Ir à missa como troca pelo favor da dádiva dos bens alimentares.
Não andar a beber bicas, porque se gastava dinheiro em bicas não era necessitado.
Os bens foram fornecidos para os necessitados, não para exclusivo dos católicos papistas, mas para todos os carecidos de alimentos fossem brancos, pretos, amarelos, judeus, coxos e marrecos. Só o estado do estômago é que contava.
Andar a beber bicas, não é sinónimo de fartura alimentar nem tão pouco de disponibilidade financeira para além de 0,60€. Sei e todos sabem que para muitas pessoas durante dias e dias o café é a única coisa, promovida a alimento, que entra no estômago, pelo estimulo físico e sensação de saciedade quando tomado em jejum, o que acaba por ser a alimentação (-falsa) mais barata que pode ser tomada.
Repare-se mesmo nas listas de ajuda alimentar em situações de catástrofes, lá vai o café.
O padre com este argumento do tomar café estava livre para poder recusar a ajuda a quem entendesse, ocultando outros, os verdadeiros motivos mas certamente muito pouco católicos e talvez de natureza pessoal.
A disposição dos dinheirinhos públicos devem satisfazer critérios muito claros e transparentes, é a minha opinião e o padre estava noutra onda.
Meus Amigos é ver para crer. Todos os dias de manhã e à tarde, é ir para a Rua do Comércio e olhar para as esplanadas... eu que trabalho não tenho tempo nem dinheiro para andar a beber galões e torradas todos os dias.. mas quem não trabalha e vive do que eu desconto pelos vistos têm... assimetria social!? claro que sim... mas não para o lado dos RSi´s...
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