Realiza-se
amanhã uma cerimónia ritual da democracia em que vivemos, a tomada de posse dos
eleitos para os dois principais órgão do poder local em Olhão, a Câmara e a
Assembleia Municipal.
Costuma ser
uma estopada para quem por acidente se atreva a assistir, uma repetição de
quatro em quatro anos de troca de lugares ou manutenção nos mesmos dos mesmos
da mesma família política, daí que só os envolvidos costumem aparecer.
Desta vez a
coisa é diferente, temos uma renovação de quase 90% dos eleitos, temos nos dois
órgãos uma maioria de eleitos por formações partidárias (PSD/CDU/BE + NR) que
se apresentaram ao eleitorado claramente contra o já “regime” do PS, ou melhor
de uma família política e de interesses que tem girado nos últimos anos à volta
de duas personagens, Francisco Leal e António Pina acobertadas no PS.
São os
responsáveis maiores pelo estado de submundo em que Olhão está transformado, o
concelho com das mais altas taxas de desemprego, de necessitados de apoios
sociais, de maior endividamento autárquico, de baixa qualidade de vida, de qualidade
dos serviços camarários.
Um concelho
vendido, nas suas mais valiosas áreas de ordenamento, a interesses do
imobiliário especulativo.
Amanhã,
António Pina vai ainda tomar posse como Presidente da Câmara mas tudo indica
que não virá a ter poderes ilimitados porque vai ter uma maioria de vereadores
na oposição (PSD/CDU/BE) que lhe vão exigir prestação de contas e só autorizar
e aprovar as que comummente acordarem como de interesse para a comunidade.
Francisco
Leal, vai tomar posse como deputado municipal, ainda vai dirigir a seguir à
tomada de posse ao início dos trabalhos da 1ª Reunião da Assembleia Municipal,
mas concluída a eleição para a sua Mesa, acaba o seu “reinado”, o lugar com que
estava a sonhar não vai ser seu, vai ser para a oposição, mesmo que para um
opositor sem merecimento do lugar.
Com o
afastamento destes personagens ficam criadas as condições para que Olhão se
encontre consigo próprio, de gentes de trabalho, trabalho há que exigir aos
novos autarcas que também merecem um benefício de dúvida.
Esta cerimónia,
amanhã, deve merecer a presença dos olhanenses.
Assistir ao compromisso formal
que os eleitos assumem as promessas da campanha eleitoral e nós cidadãos munícipes,
vamos ser as testemunhas que lhes iremos exigir o seu cumprimento.