Cidade cada
vez mais desmemoriada
Esta data
tem um particular significado, foi em 1808 neste dia que estoira em Olhão uma
revolta contra a presença das tropas do exército de Napoleão e o início de uma
série de acontecimentos que vem a culminar com a criação da Vila de Olhão da
Restauração pelo Príncipe Regente, futuro Rei D. João VI, autonomizando-se a
então aldeia, com estatuto administrativo e político, de Faro.
Neste ano de
2014, as cerimónias oficiais resumem-se, porque outras não há, ao estritamente
obrigatório pela força da inércia nestas circunstâncias: içar bandeiras, deposição
de coroa de flores aos heróis subversivos de então, um medalhamento em merecidos,
imerecidos, regimentais e outros peitos de agentes interventores no município e
como é hábito vindo de trás, Almoço para os convidados selecionados no
Restaurante “O Lagar”.
Pelos entreténs,
umas inaugurações e animação musical que poderiam ser em qualquer outro dia que
ninguém notava a diferença.
Nem uma só iniciativa
identitária que mobilize a população de Olhão.
A nova
vereação não consegue mobilizar as energias locais nem julgar o passado nefasto
para as mudanças necessárias que o concelho e seus habitantes esperaram nas
últimas eleições.
Governam sem
leme, à deriva, ao sabor do vento ou onda de circunstância.
Na próxima Reunião
da Assembleia Municipal, dia 27, como deputado municipal vou propor a
recomendação ao executivo camarário que para o próximo ano seja tomada uma
iniciativa que mobilize a comunidade escolar em torno desta data, com a
constituição de uma Comissão para o efeito em que participem de entre outros a
APOS e o Elos Club, associações que em anos recentes desenvolveram actividades
neste campo, de modo a que já esteja definido no início do próximo ano escolar
as linhas mestras do projecto para que possa ser adoptado pelas escolas do
concelho.
Às 10h30 do
dia 16 Junho 1808, Corpo de Deus, nessa altura, à entrada para a missa o
Coronel José Lopes de Sousa, rasga o Edital de Junot afixado à porta desta
igreja, mais uma fagulha para cima da pólvora.
Boa proposta!
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