Nasci na ria formosa Sou filha deste sapal
neta da moura de Bias
Sou de Floripes rival
nesta ria fui nascida num dia de claridade
na luz do sol ao meio dia
Em Agosto sou a acalmia Sou o vento beduíno
o velho o moço o menino
que há em cada pescador Sou o desgosto e a dor
Vela ao senhor dos aflitos
Sou mãe de todos os gritos Padroeira do pavor
que assalta quem é perdido
e de quem teme perder o irmão o pai o marido
Sou a santa no andor em dia de procissão
Sou a rameira de Olhão Apelido que a inveja
das puritanas me deu
continua ....
Foi ontem que Julieta Lima na Biblioteca Municipal de Olhão apresentou o seu 1º livro de contos Porta Sim Porta Não.
São onze contos de flagrantes e histórias deste povo da cidade que já foi Vila, intimamente ligado à Ria Formosa no tempo em que o padre se chamava Delgado, o Jaiminho andava aí aos fretes, a Dona Arménia era professora da menina Julieta, o Vereador Camacho ainda não tinha nascido, a Julieta, a outra, morava numa casa com porta sim, bem era aí em mil novecentos e quarenta, cinquenta e tal.
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